O município é, segundo ele, um polo estratégico por contar com ampla infraestrutura de etanol, fator que pode diminuir os custos logísticos e atrair novos investimentos.
SAF é a sigla para Combustível Sustentável de Aviação, um combustível sustentável para aviação, que serve como alternativa ao combustível de origem fóssil. Feito a partir de fontes renováveis, como óleos vegetais, gorduras e resíduos da agricultura, o SAF é uma alternativa mais sustentável ao querosene de aviação, que é derivado do petróleo.
De acordo com a avaliação de Ricardo Mussa, CEO da Cosan Investimentos, a produção de SAF no Brasil deverá ser predominantemente voltada para exportação.
“O SAF no Brasil vai ser para exportação. O mercado desenvolvido, como Europa, Estados Unidos e Ásia, terá demanda suficiente para absorver o que o Brasil pode produzir”, afirmou Mussa durante o AgroForum, evento promovido pelo BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME).
Paulínia como potencial hub nacional de produção
Mussa destacou ainda que vê Paulínia, como potencial hub nacional de produção do SAF, sendo o município, segundo ele, um polo estratégico por contar com ampla infraestrutura de etanol, fator que pode diminuir os custos logísticos e atrair novos investimentos.
“Paulínia é um super lugar. Tem toda a estrutura do etanolduto e uma conexão direta com o porto de Santos”, afirmou o executivo.
Exportação de etanol para outros países
Ricardo Mussa criticou a exportação de etanol para outros países que, segundo ele, transformam o produto em SAF e o vendem para terceiros, o que agrega valor a algo que poderia trazer mais valor à produção brasileira.
“É uma idiotice exportarmos etanol, para que outros países produzam SAF e exportem para a Europa”, afirmou. O CEO explica que a cada 1,7 litro de etanol, é possível produzir um litro de combustível sustentável de aviação.
O executivo explicou ainda que, para o desenvolvimento da indústria, será fundamental que os governos incentivem a produção do SAF. O custo, segundo ele, inevitavelmente refletirá nas tarifas aéreas, com os consumidores assumindo com parte dos custos de sustentabilidade.
“O SAF vem independente do custo. Vai ser colocado um preço e o consumidor vai pagar a conta. Hoje, a aviação é responsável por cerca de 3% das emissões globais”, concluiu.
Ricardo Mussa, CEO da Cosan Investimentos, vê o município como potencial hub nacional de produção do SAF
Foto: PMP
Fonte: EXAME.