Pressões sociais relacionadas à aparência e comparação social é uma das hipóteses que levam as mulheres a serem as mais impactadas.
Um novo estudo apresentado no Congresso Europeu de Psiquiatria, no domingo (6), concluiu que mulheres jovens apresentam um risco maior de desenvolverem ansiedade devido ao uso excessivo do celular.
Desenvolvido por membros da Associação Europeia de Psiquiatria, o estudo observou que o gênero está significativamente conectado ao tempo gasto com os aparelhos e aos efeitos negativos que o hábito causa.
Para o estudo, foi realizado a análise do comportamento de 400 jovens adultos, sendo 104 homens, 239 mulheres e três de outro gênero. Destes grupos, os pesquisadores concluíram que as mulheres jovens são as mais impactadas pelo uso excessivo dos aparelhos.
Entre as hipóteses que levam as mulheres a serem as mais impactadas ao problema, o professor da Universidade de Medicina George Emil Palade e também um dos autores do estudo, Csibi Sándor, aponta:
- Pressões sociais relacionadas à aparência e comparação social;
- Maior ênfase na conectividade social;
- Maior sensibilidade emocional.
A pesquisa não avaliou explicitamente o tipo específico de conteúdo acessado, mas segundo estudos anteriores, os níveis mais altos de ansiedade estão relacionados a hábitos como mensagens motivadas pela procura de segurança emocional e a rolagem passiva nas redes sociais.
O professor da Universidade Eötvös Loránd e um dos autores do estudo, Attila Szabo, explica que o uso constante dos smartphones, no geral, está correlacionado a menores níveis de bem-estar mental e a um aumento no medo da percepção social negativa.
Prevenção
Medidas preventivas são importantes para tentar evitar o uso nocivo dos celulares, principalmente com o foco no desenvolvimento de hábitos digitais saudáveis. Entre as principais ações, segundo os pesquisadores, estão: incentivaram o engajamento social offline, estabelecer limites intencionais para o tempo de tele e desenvolver mecanismos alternativos de enfrentamento.
Mulheres jovens apresentam um risco maior de desenvolver ansiedade devido ao uso excessivo do celular
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