Meu nome é Gabriel Eduardo Dantas, mas sou mais conhecido como Dantas. Tenho 37 anos, nasci e moro em Paulínia (SP), e hoje sou Streamer e criador de conteúdo digital voltado para jogos eletrônicos. No entanto, minha caminhada até aqui foi longa, cheia de desafios e marcada por uma paixão que nasceu ainda na infância: os videogames.
Desde os meus 6 anos de idade, os jogos já me encantavam. Naquela época, eu não tinha videogame em casa, então meu primeiro contato com os games, foram nas casas de amigos e primos, jogando clássicos como Super Mario e Donkey Kong no famoso Nintendinho. Mais tarde, meu irmão ganhou um Master System, e esse foi o primeiro console que marcou de verdade minha história — lembro como se fosse hoje da emoção de jogar Sonic pela primeira vez.
O tempo passou, e em um dos Natais mais marcantes da minha vida, ganhei meu primeiro videogame: um Nintendo 64. Aquilo foi mágico. Jogos como Mario 64, GoldenEye 007, Star Fox e tantos outros fizeram parte dos meus finais de semana, já que durante a semana o foco era nos estudos — algo que meus pais sempre fizeram questão de priorizar, e que eu também aprendi a valorizar.
Mesmo com tantas limitações e o acesso restrito, o sonho já era claro dentro de mim: um dia eu queria viver disso, transformar essa paixão por games em profissão. Naquela época, a ideia parecia quase impossível. Ser Streamer, criador de conteúdo ou influenciador digital ainda nem existia como carreira. Mas algo me dizia que o mundo ainda iria abrir esse caminho — e eu estava disposto a segui-lo.
Tive a sorte de ter pais que sempre me apoiaram. Mesmo sem compreender completamente o universo dos games, eles nunca tentaram apagar meus sonhos. Mas sabíamos que, até que o mundo estivesse pronto para essas novas profissões, eu teria que percorrer uma estrada longa e cheia de obstáculos.
Em 2012, recebi um convite que mudou meu rumo: jogar Counter-Strike: Source profissionalmente. Era o início de uma nova era no e-Sports. Treinava de 8 a 10 horas por dia. Ao mesmo tempo, trabalhava como auxiliar de logística e estudava. Antes disso, fui operador de telemarketing, escultor e aprendiz em um supermercado. A jornada era dura, mas a chama dentro de mim nunca se apagava.
Em 2014, essa porta se fechou. A carreira como jogador profissional chegou ao fim. Foi um baque. Mas um ano antes, por impulso e paixão, eu havia criado um canal no YouTube. Gravava vídeos, fazia lives sempre que dava. Sem saber, estava plantando as sementes do meu futuro.
Em 2016, fui para o Facebook, tentando expandir meu alcance. As lives continuaram, os vídeos também. Mesmo conseguindo alguma monetização, eu sabia que ainda não dava para viver só disso. Continuei trabalhando e estudando, mas nunca deixei de acreditar que uma hora meu momento chegaria.
E ele chegou.
Em 2018, fui convidado para fazer parte do recém-lançado Facebook Gaming, como Streamer Parceiro Exclusivo. Um contrato, um salário, um reconhecimento. Um dos dias mais felizes da minha vida. Mas ainda inseguro, continuei com a rotina pesada: acordava às 5h da manhã, trabalhava o dia todo, ia para a faculdade à noite e ainda fazia 4 horas de live antes de dormir. Foram dois anos assim. Porque eu não podia — e não queria — desistir.
Em 2020 eu me graduei como Engenheiro Civil, uma profissão que sempre me cativou e acabou se tornando uma primeira opção por muito tempo. Alguns meses depois veio a Pandemia, o mundo parou. As ruas ficaram vazias. O medo tomou conta. As pessoas estavam trancadas em casa, muitas delas sozinhas, aflitas, precisando de algo — de alguém.
E foi nesse momento que as lives mudaram de significado. Elas deixaram de ser apenas entretenimento. Passaram a ser um encontro, um alívio, um ponto de luz no meio do caos.
Todos os dias, ao ligar a câmera, eu encontrava dezenas de milhares de pessoas que estavam ali não só para me ver jogar, mas para dividir a vida.
As lives viraram nossa terapia coletiva. Era como uma série, com episódios diários — mas o roteiro era feito por nós, juntos.
As pessoas se abriram, se conectaram, confiaram em mim. Diziam-me: “você é a melhor parte do meu dia.”
E eu? Eu sentia que, de alguma forma, estava fazendo a diferença.
Comecei a fazer de 10 a 12 horas de live por dia, com uma média de 10 mil pessoas me assistindo. E mesmo com a exaustão física, existia um propósito muito maior que me empurrava: as conexões reais que estavam sendo criadas. Era muito mais do que jogar. Era acolher. Era fazer rir. Era estar presente.
Em 2021, após tantos anos de caminhada, tomei a decisão que esperei a vida inteira para fazer: saí do meu emprego CLT e passei a viver integralmente daquilo que sempre foi meu sonho, ser um Streamer, um criador de vídeo de jogos.
Hoje, com mais de 3 milhões de seguidores e 7 bilhões de visualizações orgânicas, estou presente no Instagram, Facebook, YouTube, TikTok, Kwai e Kick. Crio vídeos, faço lives, conecto-me. Mas acima de tudo, continuo fazendo o que mais amo: transformar vidas com os games — inclusive a minha. Criando momentos memoráveis para quem me assiste, e sempre mantendo a essência, que me permitiu ser autêntico e original por toda minha trajetória até aqui.
De um garoto sonhador com um controle na mão, tornei-me um criador de conteúdo, um Streamer e um influenciador digital de sucesso.
Mas nunca deixei de ser aquilo que sempre fui: alguém com o coração aberto, disposto a compartilhar momentos sinceros com quem me acompanha.
E é isso que me move até hoje. Essa é uma grande parte da minha vida, da minha história, da minha rotina. Sonhe, viva, trabalhe, essas palavras fazem, você acreditar que tudo é possível, basta crer e lutar por aquilo, os games são uma arte, são parte da vida de milhões de pessoas, e levar os games para essas pessoas em uma forma de amor e esperança, é o que me faz continuar nessa jornada todos os dias.
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