Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, que estavam “presos” na Estação Espacial Internacional (ISS) por nove meses, retornaram à Terra na tarde desta terça-feira. O pouso ocorreu na Costa do Golfo da Flórida, nos EUA, às 18h57 (horário de Brasília), cerca de 17 horas após o desacoplamento do veículo da ISS, que aconteceu às 2h05.
A missão da dupla, que teve início em junho de 2024 e estava prevista para durar apenas oito dias, se estendeu por impressionantes 287 dias. A viagem de volta foi realizada na cápsula Dragon Freedom, da missão Crew-9 da SpaceX, da qual Wilmore e Williams faziam parte, juntamente com Nick Hague, da NASA, e o cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov. Hague e Gorbunov chegaram à ISS em 28 de setembro, ocupando dois assentos vagos na nave para garantir a volta dos colegas.
Durante o processo de desorbita e reentrada na Terra, que ocorreu logo após às 18h, a NASA perdeu a comunicação com a espaçonave por alguns minutos, mas as interrupções foram consideradas normais.
O foguete que trouxe os astronautas de volta estava disponível na ISS desde setembro. No entanto, a liberação da estação para a viagem de retorno dependia da chegada da nova equipe, a Crew-10, que deveria ter se juntado à ISS em fevereiro, mas teve seu lançamento adiado duas vezes. Essa troca de equipes é essencial para que os astronautas possam repassar informações pendentes e garantir a continuidade das operações da ISS, que necessita de uma equipe dedicada à manutenção e ao ajuste de órbita.
Embora a estadia de Butch Wilmore e Suni Williams no espaço tenha sido longa, eles não conseguiram superar o recorde do astronauta americano Frank Rubio, que passou 371 dias a bordo da ISS entre 2022 e 2023, muito além dos seis meses inicialmente planejados, devido a uma falha na nave russa que deveria levá-lo de volta.
O recorde mundial de permanência no espaço é detido pelo cosmonauta russo Valeri Polyakov, que retornou à Terra em 1995 após passar 437 dias na estação espacial Mir, da antiga União Soviética.