Entre as cidades da região, Paulínia, segundo maior repasse da RMC, apresentou aumento acima da média: alta de 8,34% no semestre
As 20 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) receberam R$ 3,584 bilhões em transferências de impostos estaduais no primeiro semestre deste ano. O montante representa um aumento nominal de 8,21% em relação ao mesmo período de 2024, quando o repasse foi de R$ 3,312 bilhões, segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda e Planejamento.
Considerando a inflação acumulada de 5,32% nos últimos 12 meses, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o crescimento real foi de aproximadamente 2,75%. Os repasses incluem a parcela municipal de tributos como ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), IPI-Exportação e compensações financeiras pela exploração de gás, petróleo e xisto betuminoso.
Entre as cidades da região, Paulínia, segundo maior repasse da RMC, apresentou aumento acima da média: alta de 8,34% no semestre. O município recebeu R$ 825,22 milhões entre janeiro e junho deste ano, frente aos R$ 761,66 milhões no mesmo período do ano passado. Maior polo petroquímico da América Latina, Paulínia arrecadou apenas com ICMS R$ 770,66 milhões — valor superior à soma de todos os tributos recebidos no primeiro semestre de 2024.
Para o economista Felipe Salto, o resultado reflete a recuperação econômica do país. “Houve aumento na geração de emprego, da renda e no consumo das famílias, com a inflação sob controle”, analisou. De janeiro a maio, a RMC abriu 23.242 novos postos de trabalho com carteira assinada, segundo o Novo Caged, número equivalente à população de Santo Antônio de Posse, quarta menor cidade da região.
Apesar do desempenho positivo no semestre, Salto alerta para incertezas no cenário econômico nos próximos meses, diante da alta de juros no país, da escalada das tarifas de importação nos Estados Unidos e das tensões internacionais. “A elevação dos juros deve frear a economia e a geração de empregos. As guerras também afetam o mercado, como vimos com a alta do petróleo após o conflito entre Israel e Irã”, disse.
Em junho, a taxa básica de juros (Selic) subiu para 15%, o maior nível em 19 anos, após seis aumentos consecutivos. O barril de petróleo chegou a US$ 80,37 (R$ 436,17) no mês passado e ontem estava US$ 68,67 (R$ 372,67), ainda acima dos US$ 64,32 (R$ 349,06) de maio. “A economia brasileira vem resistindo, mas já dá sinais de perda de fôlego”, avaliou Salto. Em maio, a RMC criou apenas 162 empregos formais, o menor saldo positivo mensal desde janeiro de 2021.
Números do semestre na RMC
Repasses estaduais
- R$ 3,584 bilhões transferidos às 20 cidades da RMC entre janeiro e junho de 2025
- Alta nominal: 8,21%
- Crescimento real: 2,75% (descontada a inflação)
Destaque: Paulínia
- Segundo maior repasse da RMC
- R$ 825,22 milhões recebidos no semestre (+8,34%)
- Somente ICMS: R$ 770,66 milhões, superior à soma de todos os tributos no 1º semestre de 2024
Empregos formais
- 23.242 novas vagas com carteira assinada na RMC (jan-mai)
- Maio: saldo positivo caiu para 162 vagas, menor resultado desde jan/2021
Cenário econômico
- Selic: 15%, maior taxa em 19 anos
- Petróleo: barril chegou a US$ 80,37 após conflito no Oriente Médio; ontem estava em US$ 68,67
- Inflação: 5,32% nos últimos 12 meses (IPCA)
Reprodução Correio Popular
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