Decisão do ministro do STF atende a pedido da Polícia Federal, que pediu mais prazo para concluir as investigações sobre o caso
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou nesta semana o inquérito da Polícia Federal (PF), que investiga a atuação do deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos.
Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal, que pediu mais prazo para concluir as investigações. Com isso, o inquérito foi prorrogado por 60 dias.
A abertura do inquérito foi determinada após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo. De acordo com os procuradores, Eduardo Bolsonaro teria atuado no EUA contra autoridades brasileiras.
Na solicitação, a PGR citou postagens em redes sociais e entrevistas do parlamentar, e afirmou que o deputado estava tentando fazer com que o governo de Donald Trump imponha sanções a integrantes do STF.
O inquérito foi aberto para apurar se Eduardo cometeu os seguintes crimes, apontados pela PGR:
· coação no curso do processo;
· obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa;
· abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
As ações, segundo o órgão, também teriam como objetivo interferir nos processos que envolvem Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro depôs sobre o caso
Em 5 de junho, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai de Eduardo, prestou depoimento à PF no âmbito do inquérito.
Ele foi convocado a prestar esclarecimentos porque a PGR vê indícios de que o ex-presidente tenha sido beneficiado diretamente pelas ações do filho em território norte-americano.
Após o depoimento, o ex-presidente afirmou que enviou “bastante dinheiro legal”, R$ 2 milhões, para custear a estada do filho nos EUA. Segundo Bolsonaro, o dinheiro foi enviado para que o filho não passe “necessidade” em solo norte-americano.
Bolsonaro disse a jornalistas que não existe “trabalho” ou “lobby” de Eduardo nos Estados Unidos, para tentar “sancionar quem quer que seja no Brasil”.
Ainda sobre a presença do filho nos Estados Unidos, Bolsonaro disse que tem “orgulho” do que Eduardo tem feito.
A atuação do deputado licenciado, na avaliação do ex-presidente, tem a ver com defesa da democracia, e não com a coação de autoridades. Bolsonaro reconheceu que tem financiado a estada do filho nos EUA.
Trump defendeu Bolsonaro em nota
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou as redes sociais na segunda-feira (7) para publicar um post em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na Truth Social, o republicano escreveu que Bolsonaro é alvo de perseguição.
O Palácio do Planalto respondeu ao recado de Trump, em nota. Lula também se manifestou após a publicação do americano e, sem citá-lo diretamente, afirmou que não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja”.
Trump disse que o Brasil está fazendo “algo terrível” no tratamento dado ao ex-presidente, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, após perder as eleições para Lula (PT) em 2022.
Sem mencionar diretamente as ações judiciais contra Bolsonaro, Trump disse que vai acompanhar de perto o que acontece no Brasil e que o ex-presidente “não é culpado de nada”.
Fonte/Reprodução: g1 – Brasília, DF
Montagem de fotos de Alexandre de Moraes e Eduardo Bolsonaro. — Foto: Arte/g1