Cerca de mil adolescentes perdem a vida por suicídio a cada ano no país
Um levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, revela que, a cada dez minutos, um adolescente comete algum tipo de autolesão ou tenta tirar a própria vida no Brasil.
Os registros do Sinan são compulsórios, ou seja, os profissionais que atendem adolescentes nessas condições devem, obrigatoriamente, seguir o protocolo de notificação.
A análise, divulgada nesta semana, indica que, apenas nos últimos dois anos, a média diária chegou a 137 atendimentos a jovens entre 10 e 19 anos. Ainda assim, especialistas alertam que o problema pode ser ainda maior, devido à possibilidade de subnotificação por falhas no preenchimento ou na comunicação dos casos.
Além dos registros de autoagressão, o levantamento revela que cerca de mil adolescentes perdem a vida por suicídio a cada ano no Brasil.
Sinais de alerta
Segundo os especialistas, os quadros que podem resultar em tentativas de suicídio geralmente apresentam sinais de alerta, como:
· tristeza ou insatisfação persistentes;
· abandono de atividades que antes eram prazerosas;
· episódios de autolesão;
· envolvimento deliberado em situações de risco;
· ausência de expectativas ou planos para o futuro.
Especialistas lembram que a adolescência é um período de intensas mudanças, marcado pela busca de identidade, pela maior sensibilidade às pressões externas e pela vulnerabilidade emocional. Nesse contexto, têm-se observado aumento de problemas como ansiedade e depressão entre crianças e adolescentes.
A saúde mental dos adolescentes sofre influência de diversos fatores, como sobrecarga das famílias, carência de acompanhamento médico contínuo e riscos trazidos pelo ambiente digital. Os especialistas destacam ainda que os principais fatores de risco para um episódio suicida são a impulsividade e as dificuldades emocionais típicas da adolescência.
Fonte/Reprodução: BBC Brasil
Foto: Freepik
