Desabastecimento atinge apresentações em gotas e comprimidos sublinguais; Anvisa acompanha situação
Duas apresentações do Rivotril, um dos medicamentos mais utilizados no país para o tratamento de condições neurológicas e psiquiátricas, estão em falta nas farmácias brasileiras. A escassez atinge a versão em gotas (2,5 mg/mL) e o comprimido sublingual (0,25 mg).
Segundo a Blanver, farmacêutica responsável pelo registro do remédio no Brasil, o fornecimento da versão em gotas deve ser normalizado ainda neste ano, enquanto a previsão para o sublingual é apenas no primeiro semestre de 2026. A empresa informou que o problema decorre da mudança do local de fabricação do medicamento.
Apesar da falta, continua disponível a versão de 2 mg em caixa com 30 comprimidos. A Blanver orienta que pacientes procurem seus médicos para avaliar alternativas de tratamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça que existem outros registros válidos do princípio ativo clonazepam no país e recomenda que a substituição seja sempre acompanhada por profissional de saúde.
O Conselho Federal de Farmácia confirmou a dificuldade de abastecimento, relatada por redes como Droga Raia e Drogasil, especialmente em capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. A própria fabricante admite que a indisponibilidade da versão sublingual deve se intensificar até o fim do ano.
Em 2024, a empresa já havia anunciado a descontinuação de outras apresentações do medicamento, como os comprimidos de 0,5 mg (20 e 30 unidades) e de 2 mg (20 unidades). Atualmente, a produção das gotas foi transferida para a Itália, enquanto o sublingual deve ser fabricado na Espanha, mas o pedido de mudança foi protocolado junto à Anvisa apenas em agosto, e ainda está em análise.
A agência ressalta que, de acordo com a RDC 18/2014, as indústrias devem comunicar a interrupção temporária ou definitiva da fabricação de medicamentos com, no mínimo, 180 dias de antecedência, assegurando o abastecimento nesse período. Em casos imprevistos, a comunicação deve ocorrer em até 72 horas. Se descumprido esse prazo, a empresa pode sofrer sanções.
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