Esquema bilionário no setor de combustíveis gera uma megaoperação que mira 16 alvos na região de Campinas

Mandados foram cumpridos em ao menos seis cidades das regiões de Campinas e Piracicaba. Uma pessoa foi detida e levada à PF da metrópole

Seis cidades das regiões de Campinas e Piracicaba tiveram 16 alvos, entre pessoas e empresas, nas três operações simultâneas deflagradas pela Polícia Federal e pela Receita Federal, nesta quinta-feira (28), para desmantelar esquemas de lavagem de dinheiro e fraudes fiscais do crime organizado ligados ao setor de combustíveis. Uma pessoa foi detida e levada à PF de Campinas.

De acordo com a Receita Federal, a operação cumpre mandados nos municípios de Campinas, Cosmópolis, Paulínia, Piracicaba, Rio das Pedras e Santa Bárbara d’oeste. Confira abaixo.

Alvos da megaoperação na região:

  • Campinas                             4 Pessoas Jurídicas e 3 Pessoas Físicas;
  • Cosmópolis                          1 Pessoa Física;
  • Paulínia                                2 Pessoas Jurídicas e 2 Pessoas Físicas;
  • Piracicaba                            2 Pessoas Físicas;
  • Rio das Pedras                    1 Pessoa Jurídica;
  • Santa Bárbara d’Oeste      1 Pessoa Jurídica.

A megaoperação acontece em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. As autoridades fazendárias estimam que o esquema criminoso sonegou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais.

Segundo as investigações, mais de 350 alvos são suspeitos da prática de crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato em todo o país.

Funcionamento do esquema

De acordo com a força-tarefa, um dos principais eixos da fraude investigada passa pela importação irregular de metanol. O produto, que chega ao país pelo Porto de Paranaguá (PR), não é entregue aos destinatários indicados nas notas fiscais.

Em vez disso, é desviado e transportado clandestinamente, com documentação fraudulenta e em desacordo com normas de segurança, colocando em risco motoristas, pedestres e o meio ambiente.

O metanol, altamente inflamável e tóxico, é direcionado a postos e distribuidoras, nos quais é utilizado para adulterar combustíveis, gerando lucros bilionários à organização criminosa. Os investigadores identificaram mais de 300 postos de combustíveis do país que atuam nessas fraudes.

Segundo eles, consumidores estariam pagando por volumes inferiores aos informados pelas bombas (fraude quantitativa) ou por combustíveis adulterados fora das especificações técnicas exigidas pela ANP (fraude qualitativa).

Proprietários de postos de gasolina que venderam seus estabelecimentos comerciais para a rede criminosa também não receberam os valores da transação e foram ameaçados de morte, caso fizessem qualquer tipo de cobrança.

Fintechs criminosas

As transações financeiras do grupo criminoso transitam por fintechs controladas pelo crime organizado, cujo portfólio de clientes é formado majoritariamente por empresas do setor.

De acordo com os responsáveis pela investigação, a escolha por uma instituição de pagamento – em vez de bancos tradicionais – busca dificultar o rastreamento dos recursos.

As fintechs operavam com contabilidade paralela, permitindo transferências entre empresas e pessoas físicas sem que os beneficiários finais fossem identificados.

Além das medidas de natureza criminal, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (CIRA/SP) adotará providências judiciais para bloquear bens suficientes para recuperar o tributo sonegado, cujo montante atualizado é estimado em R$ 7.672.938.883,21.

Operação no país

A ação é integrada por membros do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), Ministério Público Federal (MPF) – por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), das Polícia Federal, das Civil e Militar de São Paulo.

Órgãos como a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGE/SP) – por meio do Grupo de Atuação Especial para Recuperação Fiscal (GAERFIS) – também participam da mega-operação.

Fonte/ Reprodução: g1 – Campinas, SP

Foto: Divulgação Internet

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