Nos últimos cinco anos, os preços dos produtos consumidos na Páscoa subiram de maneira expressiva, muito além da inflação geral do Brasil. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 35,4% no período, enquanto a tradicional cesta de Páscoa ficou impressionantes 69,8% mais cara, segundo análise da corretora Rico.
Nos últimos 12 meses, os itens que compõem essa cesta – que inclui pescados, frutas, chocolates, biscoitos, leite condensado, açúcar e azeite – tiveram um acréscimo médio de 5,28%. Em comparação, o IPCA teve uma variação de 5,06% no mesmo período, demonstrando que a Páscoa continua a pesar no bolso do consumidor.
De acordo com Maria Giulia Figueiredo, analista de research da Rico, a análise coloca em evidência um cenário misto. Ela explica: “Embora produtos como açúcar e morango tenham registrado queda de preços nos últimos 12 meses, estão entre os que mais acumularam alta nos últimos cinco anos. A deflação recente pode ser mais um ajuste pontual após picos de preço do que uma tendência de alívio duradouro.”
O chocolate, a estrela indiscutível da Páscoa, também segue pressionando o orçamento das famílias. Enquanto o açúcar acumulou uma alta superior a 80% nos últimos cinco anos, o cacau registrou um alarmante aumento de 173% somente em 2024, refletindo problemas climáticos na África, que abriga regiões produtoras como Costa do Marfim e Gana. Embora os preços do cacau tenham apresentado uma leve redução em 2025, essa diminuição ainda não impactou os preços dos ovos de Páscoa, uma vez que os estoques foram adquiridos a preços mais altos anteriormente.
Adicionando ainda mais pressão ao cenário, a produção de ovos de Páscoa caiu 22,4% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Assim, os consumidores se preparam para uma Páscoa que promete ser muito mais cara e com menos opções nas prateleiras.
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