Copom pode elevar taxa básica de juros para 10,75% ao ano; cenário de deflação reduz pressão sobre decisão do Banco Central
O mercado financeiro está antecipando um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), previsto para a próxima quarta-feira (18). Caso se concretize, a taxa básica de juros no Brasil será elevada para 10,75% ao ano, o maior patamar desde março de 2024.
A taxa de 10,5% tem sido mantida pelo Banco Central desde maio, quando o último corte do ciclo atual foi anunciado. Entretanto, novos dados econômicos, como a recente deflação de 0,02% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, aliviaram parte da pressão por uma alta nos juros. A inflação acumulada nos últimos 12 meses desacelerou para 4,24%, aproximando-se da meta de 3% estipulada pelo Banco Central.
Ainda assim, a expectativa do mercado é de que a Selic possa terminar o ano em torno de 11,75%, o que colocaria os juros no patamar mais elevado desde dezembro de 2023. Setores como construção civil, varejo e automóveis, que dependem diretamente de crédito e consumo, manifestaram preocupação com os efeitos de uma eventual alta, destacando o impacto negativo que juros elevados podem ter sobre o crescimento econômico e o mercado de trabalho.
Apesar do cenário de inflação controlada, o Banco Central mantém sua postura de dependência de dados econômicos para definir os próximos passos. Especialistas acreditam que a decisão do Copom poderá ser revista nos próximos meses, caso os indicadores continuem a apresentar surpresas positivas.
Prédio do Banco Central em Brasília
(foto: Adriano Machado)
